"Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar"
O acordar que virou um grande alívio
Você pensa que era uma coisa e vê em segundos que não era bem assim
Por Ana A, Autodidata
Mal afastara-se de casa, numa manhã chuvosa, Tião começou a sentir os primeiros efeitos da feijoada da noite anterior. No início, apenas leves contrações. Por isso, entrou no ônibus lotado e foi trabalhar.
O ônibus andava chacoalhando e as contrações abdominais começaram a aumentar. Um suozinho surgiu, discreto. O mal estar só crescia. Tião resolveu descer, não aguentava mais ficar se apertando.
Entrou, às pressas, no primeiro lugar que encontrou. Era uma clínica para idosos. Procurou apavorado o banheiro. Estava ocupado.
No local, umas belas moças acompanhavam parentes. Sem querer, Tião soltou um flato, peido, no popular. O odor contaminou a pequena sala. Mais apavorado ainda, Tião correu. Não queria que as belas meninas o vissem se borrar ali mesmo.
Saiu tentando trancar as pernas e... Entrou num ônibus novamente, que ia rumo a sua casa. Dizia para si mesmo: "Eu vou me segurar, eu vou me segurar". O suor crescia, tava todo arrepiado, mas trancou.
Desceu do ônibus correndo, chegou em casa, sentiu certo conforto. A essas alturas, uma camada fininha já manchava sua calça de linho branco. Mas nada comparado a se melar dentro do ônibus ou na cara das moças.
Meteu as mãos no bolso para pegar as chaves e entrar. Cadê? Gritou pela mãe, irmãos, ninguém veio atender. Tinham todos saído.
Nisso surge Belarmina, uma gatíssima, objeto de desejo do rapaz.
— Tião, não tem ninguém aí, me pediram pra trazer uma comida pra você, é um resto de feijoada que sobrou de ontem, você gosta, né?
Tião ficou tão nervoso, tão nervoso, que se cagou todo na frente da menina... E acordou, assustado.
— Meu Deus! Que alívio.

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